Amor de mãe
Busquei palavras que pudessem descrever o amor de mãe, mas não encontrei. Só consegui pensar em exemplos práticos que achei bacana compartilhar, já que este mundo é tão novo para mim e para muitos...
Mesmo quem não viveu este amor na infância, ao se tornar mãe [ou pai] descobre o quão forte ele pode ser. Usei a palavra "mãe" no tema do post, pois foi o exemplo mais próximo que tive durante um bom tempo, mas também descobri que o amor de pai pode ser grande - de forma um pouco torta - mas o amor não tem que ter padrão definido, não é mesmo?
Estava sem escrever há semanas, por falta de tempo e palavras.
A vida não anda muito fácil por aqui e os preparativos para a chegada do João, consomem o pouco tempo livre [e eu adoro!].
Tenho uma mãe que alguns definem como "leoa": "Não mexa com a minha cria!" - frase dela.
Este tipo de amor nem sempre é compreendido, mas é bastante comum.
O amor da "mãe leoa" faz com que ela, muitas vezes, deixe de ser racional.
Sabe aquela mãe que pede para o filho de 2m de altura e 35 anos, sentar no colo dela [na frente da esposa / esposo], faz o prato dele, corta as unhas e chama de bebê na frente dos amigos? Então...essas também são características das "mães leoas".
Digo isso sem medo, pq tenho uma mãe assim e cresci vivendo todas essas situações [e mais algumas]. Quem conhece, sabe que não estou mentindo, né? [rs]
No meu caso, ao mesmo tempo que me sentia protegida, também era estimulada a não fugir de situações complicadas e, acho que pelo fato de ser a irmã + velha, amadureci mais rápido...mas isso é a exceção à regra dos filhotes de leoa. Sento no colo da minha mãe até hoje, mas sei que isso, apesar de delicioso, não resolve problemas da vida...apenas recarrega a bateria.
Sempre fui racional, profissional e guardei meus sentimentos. Detesto grude, dependência, carência e lágrimas em excesso. Prefiro atitude, mudança, firmeza e confiança, mas...desde que descobri a gravidez, tenho vivido situações que baixaram um pouco essa guarda toda.
Não em relação a todos [vamos deixar isso bem claro, ok?], mas em relação ao meu filho.
Sinto que dele, não preciso guardar nada e, quanto mais puder dividir, melhor.
É claro que "A RACIONAL AQUI", ainda pega leve em muitas coisas e analisa com um olhar mais crítico, as mamães ao redor...rs [tb não é uma mudança tão rápida assim...convenhamos!]
O João e eu compartilhamos sensações, emoções, sabores e novidades.
Tive que tomar decisões complicadas e pouco compreendidas pela maioria, mas que ajudaram bastante a não enlouquecer com tantos hormônios e problemas.
O segredo, neste caso, foi ser egoísta [sim]: "Se não me faz bem...que espere".
Tenho algumas amigas gravidinhas com quem compartilho muitos acontecimentos e observei que é comum a dificuldade em administrar este sentimento, pois querermos fazer tudo ao mesmo tempo: enxoval, cuidar da família, não amolecer, carregar os problemas de todos nas costas, como antes de engravidar, mas não é a hora. Não agora. Depois vestimos a fantasia de mulher-maravilha de novo.
Racionalizei o máximo que pude, mas hoje, no 7º mês de gestação, ficou impossível!
Se penso no João, me emociono! Saber que ele está aqui comigo o tempo todo, vivendo cada momento, dividindo meu almoço [ele fica c/ a maior parte, é claro], chutando durante as reuniões e causando dores em lugares que eu nem sabia que existiam, tudo para me lembrar que está aqui e que vai precisar da minha atenção, é incrível!
Seria cruel transferir coisas ruins a ele, certo? Certo, mas complexo.
Muitas mamães trabalham, estudam, cuidam do marido, da casa, da educação dos filhos mais velhos, dos parentes...tudo com muito amor, mas nem sempre com o foco no lugar certo. [já falamos sobre isso em outro post, lembram?]
Uma mãe que trabalha feito louca para garantir uma boa educação, está certa?
E aquela que demonstra amor em forma de presentes, mas não está "presente"?
Ainda temos aquela que não dá presente, nem trabalha feito louca, mas não corrige por achar que se o fizer, estará dizendo que não ama.
Já pensaram no quanto um amor extremo pode prejudicar nossos filhos?
Junte tudo isso e você terá uma vaga idéia da complexidade de ser mãe, amar seus filhos e não "errar" na criação deles. Mãezinhas: quando digo errar, não estou criticando os exemplos acima, mas toda mãe sente 2 coisas: culpa e medo.
Segundo nossas cabeças malucas de amor: tudo o que acontece com nossos filhos [de ruim - ou não planejado] é "culpa nossa" e o medo de errar nos envolve num ciclo de cobrança e proteção exageradas.
Filhos bem criados, serão adultos bem resolvidos.
Nosso amor não pode prejudicá-los. Ao contrário: deve dar segurança.
Não há como evitar que coisas ruins aconteçam, não temos este controle.
Nossa função é mostrar que, aconteça o que acontecer, estaremos ao lado deles.
Seja para dar bronca, colo, ou para festejar suas conquistas.
É como a velha história da lagarta... Se fizermos 1 corte p/ ajudá-la a sair do casulo, ela nunca será uma linda borboleta.
Quero que meu filho caia, levante, limpe os joelhos e tente de novo, mas não vou impedí-lo de cair. Posso limpar seus joelhos, ou comprar joelheiras, mas a queda é a preparação para a próxima tentativa, um pouco mais elaborada.
Mamães [e futuras mamães]: nosso amor sempre vai preferir proteger de tudo e todos, mas isso não pode atrapalhar o crescimento e amadurecimento de nossos filhos.
Amamos nossos filhos, mas não somos eternos...infelizmente.
E quando não estivermos aqui para ampará-los? Vão buscar mães, ao invés de esposas? Ou pais, ao invés de maridos?
Sejamos sogras/sogros legais e deixemos uma herança boa para nossas noras e genros...rs
Nosso amor é ENORME, mas não pode ser SUFOCANTE. =^.^=
Beijinho no coração!
Espero não ficar tanto tempo sem postar, novamente...
Parabéns pelo blog, gostei muito!!!
ResponderExcluirOi querida! Obrigada...gosto de escrever e nessa fase da gravidez, fico pensando em temas que possam ajudar outras mamães. :)
ResponderExcluirBjinhos
Parabens, My!!!
ResponderExcluirSuas palavras com certeza ajudaram muitas mamães, como eu!! bjs
Oi Pri! Fico feliz e espero poder ajudar, pq vivemos tantas dúvidas e o mundo está tão diferente, que se protegermos demais nossos bebês, teremos problemas no futuro. :) (não é uma tarefa fácil, controlar o desejo de abraçar e colocar debaixo das asas, mas temos que tentar, pelo bem deles, né?)
ResponderExcluirObrigada pelo carinho!
Bjs!