Não sou mais (a única) dona do meu nariz!

Após alguns dias sem atualizar o blog, resolvi dividir algumas das coisas complicadas - e nem sempre engraçadas - da gravidez.

Já comentei algumas vezes e, alguns me conhecem e sabem o quanto amo meu trabalho e, é exatamente sobre isso que quero falar, pois sei que muitas mamães acabam se culpando por causa dele, ou pela falta dele.


Tenho amigas de todos os tipos: casadas, solterias, trabalhadoras, mamães em tempo integral, loucas que não sabem nem a cor preferida da filha, entre outras...

Ah...um aviso, antes de continuar: Não estou criticando nenhum modo de vida. Estou apenas compartilhando alguns pensamentos que me ocorreram durante o longo repouso.

[continuando]


Sou o tipo de mamãe que pretende [sim, pretende - não sabemos o futuro] trabalhar o quanto puder, sem perder qualidade até a véspera do nascimento do João Pedro.
Se acho isso certo? Não sei, mas é o que sei fazer.



Desde o início da gestação [hj estamos no 6º mês], decidi que não trataria nada como uma doença e que levaria numa boa, apenas tomando alguns cuidados, para evitar sustos. Adiantou? Não. Pq? Pq não soube dividir bem as coisas...
Minha vontade de estar no comando de todos os acontecimentos acabava sendo maior que a preocupação com o baby. Resultado: sustos constantes e uma gravidez não muito tranquila, até agora.

Não engordei [ainda], não estou inchada [ainda], nem com auqela típica cara de grávida [ainda], mas meu bebê já viveu mais emoções que a maioria por aí, antes mesmo de nascer.

Reuniões até altas horas, almoço fora de hora, lanches no lugar de comida, horas em jejum, horas sem poder ir ao banheiro, trânsito, discussões de trabalho, crises familiares e muitas outras coisas...bem piores que as montanhas-russas e antialérgicos dos primeiros meses.

Ficar em casa novamente, já na metade da gravidez, me fez pensar: E se eu não puder continuar com esse ritmo? Como vou ficar? Aguento ficar em repouso por mais tempo? E meu bebê? Quero isso para ele? Um parto prematuro? O que fazer, se não há com quem dividir a carga de trabalho e não sou do tipo que relaxa e desliga? [pânico]

Durante a semana passada, pude conversar com algumas amigas e entender um pouco do cotidiano delas, para compará-los com o meu e cheguei a uma triste conclusão: Não vai dar p/ ser a super-mulher por algum tempo.

Fiquei triste ao concluir isso, mas também aliviada...


O ego dói bastante quando me vejo não participando de todas as decisões, todos os projetos, todas as reuniões, mas tentar ir contra essa nova realidade é iniciar um projeto, já sabendo de seu fracasso.

Trabalhar de forma regrada e administrar melhor meu tempo é melhor do que trabalhar 15h por dia e ficar afastada a cada 10 dias. E a realidade é que ninguém é insubstituível na empresa e em qualquer outro lugar, mas uma mãe é importante sempre!

Cresci vendo minha mãe sair cedo e voltando tarde da noite, perdendo alguns momentos importantes da minha vida, por uma boa causa, já que meu pai não estava presente, mas sempre pensei em fazer diferente quando fosse a hora e ver que, mesmo podendo ser diferente [já que o papai está em casa], eu não queria aceitar a nova condição, é complicado.

Batalhei por todas as coisas, sempre sozinha...nunca ninguém facilitou nada e ser mulher já é nascer tendo que provar algo a alguém. Quando me vi tendo que deixar algumas coisas de lado, para cuidar de alguém que depende de mim e que partilha de todos os meus sentimentos, dores, fome, sono, sede, me preocupou.

Não quero ser uma mamãe frustrada, que largou tudo por amor ao filho, mas tb não quero o contrário. Quero saber se ele vai bem na escola, se está aprendendo, fazendo o dever, respeitando as pessoas, conquistando espaço na vida e se gosta mais de azul ou verde!


Algumas amigas que escolheram ser mamães em tempo integral, hoje tentam se reencontrar entre a vida do filho e o casamento...outras, nasceram para isso e estão muito felizes. Outras, nunca nem pensaram a respeito e continuam colocando o trabalho em primeiro lugar, tendo ou não consciência do resultado catastrófico que isso pode ter.

Nunca serei uma excelente "do lar", pq nunca gostei de cuidar da casa [admito]. Adoro um shopping, fazer as unhas, malhar, trabalhar, ter projetos importantes, uma carreira bacana...alguns podem achar egoísmo, mas para mim, é só um estilo de vida diferente.


Entre usar a camiseta de deputado e uma bela camisola, p/ ver o maridão feliz, ficarei sempre com a 2ª opção...

Quero ser a melhor esposa, cheirosa, bonita, inteligente...não uma Ofelia, que só abre a boca para falar besteira. Não existe amor que resista a um cabelo despenteado, falta de perfume [nem que seja o do sabonete] e unhas horrorosas!

Abro parênteses aqui para uma consideração 100% pessoal: não importa sua renda, não importa sua origem...higiene, beleza e charme, não custam nada! Se não tem dinheiro, faça você mesma as unhas, a depilação, arrume o cabelo, melhore o visual. Se nem você se gosta, imagine o maridão! [fecha parênteses]

Acostumar as pessoas a esse novo ritmo que desejo seguir, não será uma tarefa fácil, pois como sempre estive disponível para resolver qualquer problema, será traumático deixar o celular tocar, não abrir os e-mails, nem enviar SMS em horários pouco comuns, como fazia antes.

Mas não há nada a que o homem não se adapte, não é mesmo?

É claro que continuarei independente [enquanto puder], mas tudo com alguns limites...

O sono está grande, a fome então...melhor nem comentar! Fora a baixa imunidade, que abre as portas para qualquer encrenca bacteriana, viral ou E.T. que possa me rodear...portanto: hora de fazer do João Pedro meu principal projeto.

Se eu deixaria de trabalhar? Não sei. Talvez. Antes, responderia que não, de forma nenhuma! Mas hoje...não sei.

Deus coloca cada coisa em seu devido lugar, na hora certa!

Escrevi tudo isso pq vejo ainda muitas mamães perdidas, prejudicando seus bebês para se tornarem super profissionais e deixando de lado algo tão importante...um filho, uma família, um futuro.


Desculpem o longo texto!
Fui escrevendo, loucamente, antes de entrar em mais uma das muitas reuniões!

Bjs!

Comentários

  1. Mel..você não tem que ser uma funcionária perfeita, uma mãe perfeita, uma dona de casa perfeita...pq realmente essa perfeição em tudo não vai conseguir! SEJA SUFICIENTEMENTE BOA (termo usado na psicologia sobre as mães). Tenha certeza que o JP vai se adaptar à sua rotina e vc à dele, e o papai à de todo mundo! rsrsrs

    Fica tranquila...tem um monte de gente aqui pra ajudar vocês no que precisarem!!!!

    Bjs no gostoso do JP...e em vc tb!

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    Respostas
    1. rsrsrs...é, esse será meu objetivo, pq já vi que ser super-mãe não dá mesmo! E como digo para a minha equipe, ninguém consegue ser especialista em tudo! ;)
      Obrigada pelo carinho de sempre! E o JP agradece o bjo, c/ mais 1 joelhada na bexiga da mamãe! kkk

      Bjs!

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