O segredo para descobrir e respeitar o papai!

 
Busquei no dicionário e encontrei diversas traduções para a palavra "pai". A maioria delas traz o sentido de progenitor, aquele que sustenta, responsável pela família...e tantos outros, mas nenhum deles chegou perto do que é realmente ser pai.

Não tive meu pai tão próximo como gostaria durante a minha infância e hoje, grávida do primeiro bebê, ganhei um pai que não conhecia...na verdade estou descobrindo 2 pais: o meu e o do João Pedro.

Sempre tive uma referência de pai em meu avô materno [não conheci o paterno - só sei que era um portuga engraçado] e descobrir "quem" é o meu pai, mesmo após muitos anos, não deixou de ser uma grande experiência, principalente acompanhada do surgimento de um novo pai [meu marido, neste caso].

Fico ouvindo as declarações de amor do meu pai, que liga semanalmente para saber até que tipo de frutas eu gosto e se o João Pedro está crescendo direitinho e penso: por que tanto tempo depois? Ele só sente esse amor agora?

Respondo minhas próprias perguntas, observando o papai Mickey.
Quando um homem descobre que será pai, passa por uma fase de conflito, sem saber se será capaz de amar, educar e participar dos momentos mais importantes da vida desta pessoinha que está a caminho.

Diferente das mães, que sentem algo parecido por um tempo muito menor [cerca de 30 segundos], os pais podem levar anos para acreditar em sua capacidade.

Homens pensam em dígitos: salário, custo de vida, escola, compras do mês, idade etc.

 
Isso não quer dizer que não são capazes de amar infinitamente, mas tudo está ligado a um raciocíonio quase lógico, que traz uma carga grande se não for bem administrado.

Como mamãe [não digo futura, pq mães já o são desde o momento em que descobrem o bebê], tomo cuidado para não tornar essa fase delicada e gostosa, em fardo para o papai, que pode perder o foco no bebê e enlouquecer fazendo contas até que ele complete 21 anos!

Voltando ao início do texto...meu pai não é diferente disso.
Não duvido do amor dele, mas entendo que tudo foi muito difícil em sua vida e, hoje, tendo 4 filhos [tenho + 2 irmãos] e vendo que os 2 filhos mais velhos conseguiram se tornar adultos responsáveis e plenamente capazes de seguir em frente sem depender dele [torno a dizer: eles pensam em números], traz um conforto e vontade de voltar a participar.

O papai do João Pedro também não teve grande presença do pai na criação e isso, com certeza, traz alguma preocupação quanto a "Como ser pai?" ou "Será que serei um bom pai?". Não tenho dúvida.

Ver o sorriso do papai quando o João faz uma gracinha durante o US, ou o carinho com que ele toca em minha barriga, dando "bom dia" ao filhote...e, principalmente, vendo o carinho e cuidado dedicados a mim, traz muita tranquilidade.
Sei que aquelas mãos fortes, que seguram as minhas quando estou com medo, um dia darão a mesma segurança a nossos filhos.

Aquele abraço de urso, que quase sufoca, a voz doce que orienta com amor e a seriedade quando necessária, servirão de exemplo para a formação do caráter do João. Isso me deixa feliz, pois é algo que não tive...pelo menos, não no momento esperado.

Quero dizer com tudo isso, que cada papai é diferente, mas que no final, todos são iguais. Amam seus filhos, mas não podemos esperar deles a mesma demonstração de amor das mamães.

Profissionalmente, chamamos isso de gerenciar a expectativa do cliente. Traduzindo: com expectativas alinhadas, não há frustração. Ao contrário...há diálogo, amor e companheirismo. Tudo o que eu desejo para a relação de pai e filho.

Alguns papais trocam fraldas, cozinham, levam para a escola, ensinam futebol...cada um na sua especialidade e todos tentando demonstrar amor. Se partirmos desta realidade, não vamos esperar do papai algo que só a mamãe sabe fazer e vice-versa.

Não sou uma mamãe que cozinha, lava, passa, mas o papai é e estamos bem assim. Seremos uma família fora dos padrões esperados pela sociedade, o que não quer dizer que seremos errados, ou que o amor será diferente.

Mamães e filhotes: valorizem o papai e tentem identificar sua especialidade, para que ele consiga sentir que faz parte de algo além do pagamento das contas da casa. : )

Sim, existem os modelos de papais que deveriam levar uma boa bronca, pois não ajudam e não querem ajudar, nem participar de nada, mas esses são minoria e espero que não percebam quanto tempo perderam longe dos filhos, tarde demais...como meu pai.

Faço questão de permitir que meu pai faça parte da vida do João Pedro, mas vejo nos olhos dele uma tristeza por ter ficado tanto tempo longe e não conhecer os próprios filhos.

Desculpem não ter grandes piadinhas, ou trechos emocionantes neste texto...mas o assunto e importante e, talvez, algum papai esteja lendo e pensando se realmente ocupa o espaço que deveria na vida de seu filho.

Papais, não tenham medo de dizer que amam, que sentem saudades e que desejam participar mais. Sejam responsáveis pela felicidade de sua família, antes de serem responsáveis pelo sustento da casa. Vale a pena! Acreditem!

Termino com uma música antiga, mas que fala bastante sobre o papel de pai:
"Pai" - Fábio Jr.

Que todos tenham um dia dos pais maravilhoso!

Deixo 1 bj p/ meu pai: Bjo, papai!
E outro para o papai do João Pedro: Bjo, meu amor!

Até a próxima, pessoal!