Uma novela chamada "Escola"
No início do ano, papai e eu resolvemos que colocaríamos o João Pedro [com 1 ano de idade] na escola, por diversas razões. Listo algumas abaixo:
1) Boa oportunidade numa escola maravilhosa que estava abrindo matrículas em Janeiro e não havia como reservar vaga para outro momento [ou seja: ou matriculávamos, ou não saberíamos quando haveria mais vagas];
2) O JP já estava andando e falando algumas palavras e já sabia demonstrar quando gostava ou não de algo / alguém;
3) O custo x benefício era maior, se comparado a manter o pequeno em casa com a babá, como no ano anterior;
4) Babás são ótimas, mas quando a criança já é capaz de perceber e "imitar" algumas coisas, fica complicado manter alguém que pensa / vive / ensina algo diferente daquilo que você deseja que seu filho absorva [esse ponto foi bem crítico na hora da escolha];
5) Era verão e um bom momento para testarmos a resistência do nosso filhote.
Matrícula feita, uniforme comprado [sim, é obrigatório na escola dele - pois não é um berçário], aviso prévio dado à babá e lá fomos nós!
Fomos juntos à escola durante este período, começando juntos na sala de aula e nos separando [visualmente] ao 3º dia, quando a mamãe já ficava na recepção, para o caso de alguma emergência.
Ao contrário do que imaginei, o JP não chorou nem pediu colo...e fiquei como uma inútil, sentada esperando que ele fosse liberado ou que a professora viesses correndo, dizendo que meu filho gritava por mim na sala de aula. [kkk]
Terminada a fase de adaptação, iniciamos a vida normal, com novos alimentos, acompanhamento da evolução através da agenda, sonecas mais curtas durante o dia e mais longas durante a noite, ensinei a escola a descongelar o leite materno [único que o JP toma, ainda], testamos banhos em horários diferentes, descobrimos que nosso pequeno detesta se sujar e é o único que usa pincel nas aulas de pintura [puxou a mamãe] e fomos seguindo.
Tudo ia muito bem, até o outono chegar...
Bastou as manhãs ficarem mais frias e pimba! Resfriado!
Mas não se engane...não foi um resfriado isolado! Foi resfriado, seguido de amigdalite, seguida de otite, seguida de virose, seguida de novas [e tristes] descobertas de alergias alimentares. Um quadro de caos e desespero, que muitas mamães já passaram ou ainda irão passar.
O pediatra diz: Não precisa se preocupar, neste 1º ano de escola, é normal a criança passar cerca de 6 meses doente, mas depois tudo melhora. MAS, como não somos "a maioria", o fato do JP ter várias [para não dizer todas] alergias alimentares, ele acaba se encaixando no grupo que ficará SEMPRE exposto e que correrá SEMPRE mais risco que os demais. Ou seja: multiplicaremos os 6 meses por 3, no mínimo. [pausa para um suspiro profundo]
Pensei: Meu Deus, o que eu fui fazer?! Vou tirá-lo da escola e mantê-lo longe desses milhares de vírus, germes e bactérias por mais algum tempo! Só uma mãe louca coloca seu filho na escola antes dos 2 anos! Pq eu não pensei nisso antes? Pq?
Na consulta [uma das muitas dos últimos meses], o médico: "Mamãe, se você já começou, vá até o fim! Parar agora, é postergar algo inevitável! O sistema imunológico deles só se fortalece após os 3 anos e, mesmo assim, eles ficam doentinhos quando iniciam o contato com o mundo exterior."
Tirei licença, férias, faltei no trabalho, reagendei reuniões...tudo para conseguir ficar com meu filho o máximo possível, até que ele se recuperasse, pois como amamento, ele só aceitava meu leite na maioria das vezes e a perda de peso já estava no limite do "aceitável" para o quadro.
Passamos 1 mês assim...dias bons, dias difíceis, madrugadas horríveis, madrugadas no sofá e vida de mãe, como todas aqui devem saber bem. O.o
Não quer o papai, nem a vovó, nem a titia, nada...só a mamãe! Banho? O que é isso? Lavar o cabelo? Ah...mas só pode ser piada de mal gosto! [é rir para não chorar - perdi 4kg nessa loucura - não estou reclamando, mas o motivo poderia ter sido outro, né?]
Hoje, resolvi mandá-lo para a escola.
Ele já estava há quase 1 mês afastado, sob os cuidados da vovó [não que isso não seja bom, mas ele não pode ficar tanto tempo longe da escola, ou toda a adaptação inicial será jogada fora - principalmente pq as férias já estão chegando e o dinheiro da mamãe não nasce em árvore...].
Três horas após deixá-lo na escola, quem liga? A coordenadora! [pausa para ter um ataque de medo antes de saber do que se tratava. Meu coração parou por alguns segundos]
Meu pequeno está com o braço vermelho, cheio de pintinhas e inchado. [OMG!]
A professora mandou foto, encaminhei ao pediatra e ele, prontamente, me mandou voltar ao consultório para investigarmos o caso. Que fase! >.<
Bom...para concluir, se é que existe conclusão, quero deixar meu abraço àquelas que, assim como eu, estão vivendo essa fase triste de início da escola, e dizer que VAI PASSAR! Todo mundo viveu isso e vamos superar também!
Nem sempre a situação nos permite manter nossos filhotes no ninho, longe de todo e qualquer perigo, mas devemos ser fortes e acreditar que para tudo existe uma razão e que para ser forte, é preciso viver a luta do início ao fim.
Se você, mamãe, tem a opção de manter seu bebê longe da escola por mais tempo, faça-o, mas se não é o caso, como acontece comigo, seja forte! Você vai vencer essa batalha!
A escola também é uma boa opção. Consigo identificar diversos hábitos excelentes que meu pequeno trouxe da escola e vê-lo se relacionando bem com outras crianças é ótimo! Os sustos fazem parte do pacote e da escolha. Não importa qual a sua situação, as consequências são inevitáveis e criar os filhos numa bolha está fora de cogitação...ou serão eternos ETs. E olha que sou mãe de um super alérgico!
Espero fazer um post, em breve, falando que tudo isso passou e que entramos na fase do "resfriadinho normal".
[também farei um post sobre os vários tipos de escolas que avaliamos antes de decidirmos pela atual...e falaremos do ensino bilíngue desde o início...aguardem!]
Um bom fds a todas!
Bjs no coração!
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