Tirando o pó
Meninas, após um dos maiores períodos sem publicar nada, estou eu aqui...há menos de 12h do parto, pronta para falar como uma grávida pela última vez.
Acho que terei até que trocar no nome do blog, já que vamos passar para a próxima fase desta jornada sem mapa, ou receita...que nos enlouquece e nos torna maravilhosas e completas!
Bom, para matar a saudade, farei alguns posts sobre temas variados e me despedir da barriga, dores nas costelas, nos quadris, nas costas...e em lugares que nem sabia que existiam.
Vou começar publicando um texto de uma grande amiga de infância, com quem dividi tudo, inclusive fraldas e hipoglós no berçário e que hoje é uma mulher maravilhosa, inteligente e de quem tenho orgulho! Choro sempre que leio e espero poder retribuir um dia. Aí vai:
"Explico: eu queria dar de presente o melhor que eu tivesse para o meu "sobrinho"! Foram muitos anos juntas (que ainda continuam) para me contentar com apenas levar uma chupeta ou uma meia para ele usar daqui 5 anos. Então, eu dou pra vcs, Mel e JP, minhas palavras que são confusas, mas que saem de mim. Que bom ver esse momento da história de vcs!
E o título é:::::::::: Para a minha primeira melhor amiga e o seu primeiro bebê= )
Mylena Batista
Os bebês não são exatamente o que parecem. Eles, na verdade (shhh é segredo), constituem um tipo de vida adulta, mas que não é adulta assim, do jeito que a gente conhece. Prestenção: isso é um fenômeno humano que coloca de cabeça pra baixo a vida de mães por todo o mundo, desde as Ilhas Caribenhas até o Paquistão. É registrado que apenas elas, as mães, alcançam essa “tal revelação” .
(Sério! O Datafolha comprovou!).
Eis aquilo sobre o que falo: bebês são criaturas completas em si mesmas, que sabem o que os adultos nunca saberão. É tipo assim: eles entendem o motivo de algumas pessoas gostarem de amendoim e outras não. Os bebês sabem por que são bebês. Sabem o sentido de existir, enquanto a gente procura o sentido de ser qualquer coisa, menos o que somos.
Bebês pensam. Bebês ensinam. Bebês dizem a você o que fazer. Bebês são professores. Bebês comandam o universo. Por causa deles, mães entendem algoritmos complexos, pais viram cientistas ao trocar fraldas em intervalos de reuniões, avós criam legumes transgênicos nos quintais para a papinha e tios compram camisetas de times (Sorry, Dani. Não achei uma função maluca pra você! kkk!).
As noites, isso fica bem claro, são reservadas para voltar a viver, não para dormir. Depois de tanto tempo sendo adulta, mulheres adultas viram mães: é aí que voltam a viver. Enquanto todo mundo dorme, papais não sentem sono ou mentem pra si mesmos sobre sua força hulkeana, quando, definhando à procura da cama pela casa - sim, perdem noções temporais, geográficas, históricas e até mesmo culinárias - dormem no chão do banheiro. E os amigos compreendem o que é um chá de fraldas, cujo último interesse são as fraldas.
Bebês são mães das mamães. São eles que desvendam o porquê de o amor ser mais do que amor ao perceber que a pequena criatura faz parte da equação X+F²:{4}.99=X-47 raiz quadrada de 33 (a descoberta sobre como criar um bebê, em uma equação). É quase impossível acreditar em bebês. Acho que eles nem são reais. Eu apostaria os sapatinhos de lã – guardados de recordação do dia em que cheguei da maternidade – que os bebês nem existem.
Mas as mães existem para ter bebês. Apenas para ter bebês. Não há mães sem bebês - e é aí que eu descobri que os bebês existem. Esses pequenos são o que – apenas eles mesmos – entendem ser, porque você, mamãe... É incapaz de completar qualquer pensamento sobre o que sente ao entender que a vida existe, nele e em você. Porque a linguagem vai trair o seu coração. Ela será indignamente insuficiente pra falar qualquer coisa – qualquer coisa mesmo, de verdade – que é vivida quando os seus olhos encontram o seu bebê que existe pela primeira vez.
E pra sempre será assim.
Seja mamãe, Mel! Felicidades, minha amiga. Pra sempre.
Orgulho de quem você é."
[CARVALHO, Eliana Moura]
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Li [Elianinha], nem pedi sua autorização para publicar o texto aqui, mas achei tão lindo, verdadeiro e inesperado que imaginei outras gravidinhas em situações parecidas.
Obrigada, de novo e 1 milhão de vezes pelo carinho! Amo vc, amiga!
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Pessoal, encerro este post por aqui, mas volto em alguns minutos com outro tema!
Beijos grávidos (por enquanto)!
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