Após o susto...estamos de volta!

Vida de grávida não é fácil.
Não digo só pelos enjôos [que sozinhos já são terríveis], mas pelas preocupações, minhocas que colocam na nossa cabeça e toda a expectativa com a chegada de um novo membro.

Semana passada mesmo...tudo parecia ir bem na segunda-feira.
Estava toda independente, dirigindo para todo lado, comendo [não muito, nem sempre...mas mastigando sempre que a fome vencia o enjôo], trabalhando, agendando reuniões, fazendo o que amo, até que...terça-feira 06h da manhã o primeiro susto desde as montanhas-russas: sangramento.

Marido tomando banho. Eu: "lindo, estou com sangramento." Ele: "ligue para o médico. Ele disse que era normal, mas que qq coisa era para vc avisar." Eu: "aham".
Liguei? Não.

Calma...não estou dizendo que sou uma maluca que arrisca o bebê por qq coisa, mas eu tinha 1 reunião importante e milhões de e-mails para disparar.
Resolvi: liguei para a minha mãe, pedi uma carona para voltar do trabalho para casa na hora do almoço e fui de carona com o marido até a empresa [trabalhamos a 4 quadras de distância - e sim, andamos em carros separados sempre que dá].

Tudo encaixado [eu e minha mania de achar que tenho o controle sobre todas as coisas], cheguei para trabalhar, carreguei as coisas da minha mesa p/ uma outra mesa [agora tenho uma sala c/ o chefe e detesto ficar sozinha]. Entrei debaixo da mesa p/ plugar a fonte do mac na tomada, arrastei cadeira...tudo o que uma pessoal normal faz.

Não me levantei para mais nada até minha mãe chegar.
Sim, grávidas vivem no banheiro, mas nem água eu bebia, para não ter que levantar.

E-mails disparados, problemas em vias de serem solucionados e nada do meu chefe para o papo que precisaria ter, antes de sair...
O banheiro me venceu e antes de ir embora, lá estava o sangramento novamente.

Importante: não estou falando de um "sangue" assustador. Pensem num corte superficial no dedo...era isso.
Naquele momento, vi que a coisa não era tão "normal" qto deveria, pois estava se repetindo.

Desci, liguei para o médico, que triplicou a dose de progesterona e me mandou p/ casa ficar deitada até o dia seguinte, quando deveria voltar ao consultório.
Liguei para o marido, para a secretária do médico e fui para casa.

No caminho, pausa para compras de comidinhas saudáveis que a mamãe prepararia para os próximos dias. Tudo pronto, seguimos para casa.

Remédio, banho e cama.
Sopa, frutas, sucos, sono e muitos mimos da mamãe. [essa parte foi realmente mto boa!]

No dia seguinte, permaneci deitada.
Já estava a ponto de enlouquecer, sem fazer nada.
Da cama para o sofá e vice-versa.

Não tinha cólicas até minutos antes da consulta.
Chegamos cedo [sogra, mamãe e eu] e fomos tomar café do shopping ao lado do consultório.
Elas não ficariam pra a consulta, mas foram até lá comigo.
Tomei 1 chocolate quente [p/ deixar o bebê agitadinho], delicioso, mas que quase me matou 30 minutos depois. [o bebê não gosta de doce...não sei se comentei]

A curta caminhada me trouxe cólicas e mais preocupações.
Cheguei ao consultório e alguns minutos depois, lá estava o marido.

Já não sabia se queria fazer US ou não...é uma situação horrível, pois vc não sabe o que encontrará.
Fiquei confiante o tempo todo, pois algo me dizia que estava tudo bem, mas o frio na barriga existe...somos mortais.

Hora de verificar o peso. Ufa! Não emagrecemos. [tb não engordamos, mas já é um começo]
Vamos ao US: lá estava o bebê, todo animado. Se esticava e abria os braços. Não parava 1 minuto.
Era dia de final da libertadores [pausa p/ rir dos argentinos] e o médico [tb corinthiano], não conteve a piadinha, dizendo que só faltava o bandeirão da Fiel, pq a festa já estava pronta.

Alívio indescritível. O bebê estava grande [4cm], saudável e nada o havia afetato.
O motivo do sangramento permanecia lá...uma linha branca entre a placenta e o colo do útero.

O repouso deveria continuar até que a linha branca desaparecesse [saberemos hoje].
7 dias em casa e retomei o trabalho hoje.
O exercício maior foi desligar o celular da empresa, não abrir os emails e não ler SMS. Quase impossível para alguém como eu, mas por orientação do médico, não poderia passar nervoso, nem fazer esfoço algum.

A mamãe continuou em casa comigo e tivemos a visita de amigos queridos, que ajudaram a distrair o clima "repouso".

Ontem tive o pior dia de enjôo desde o início da gravidez.
Fiquei surpresa, pois já estamos prestes a sair do 1º trimestre e imaginei que tudo seria diferente.
De qualquer forma, estamos felizes até com o enjôo depois do susto da semana passada.

Achei bacana dividir isso, pois muitas vezes tudo parece lindo e intocável como num conto de fadas, mas não é. Mamães como eu, que adoram trabalhar, dirigir e nunca depender de ninguém, sofrem um pouco, mas tudo faz parte de um aprendizado.

Ver meu bebê todo feliz, me fez entender que existe algo muito + importante do que qualquer reunião, ou desejo por independência. Ele depende de mim e não posso deixar que nada seja + importante do que isso. Celular, e-mail, chefe, cliente...tudo pode esperar.

Deus nos fez, antes de qualquer outra coisa, mulheres. Sempre seremos fortes, mas não há força maior do que a dedicada a cuidar de 1 filho. Estou aprendendo.
[ainda veremos + aprendizados, mas 1 de cada vez...prometo que divido c/ vcs!]

Bjinhos!